O Departamento de Estudos Portugueses da UMCS (Uniwersytet Marii Curie-Skłodowskiej) promove o Congresso Internacional "100 Anos de José Cardoso Pires", a decorrer nos dias 16 e 17 de outubro de 2025 na cidade de Lublin, na Polónia.

O evento, que conta com o com o apoio da AIL, visa reunir investigadores, professores, estudantes de literatura e todos os demais interessados na obra do autor, para uma revisitação crítica e continuação do diálogo intelectual com a obra do autor, num contexto inter e trans-disciplinar e que contempla uma pluralidade de abordagens, embora a elas não se limite:

  1. Revisitações críticas à obra de José Cardoso Pires: romances, contos, teatro, ensaio e livro infantil.
  2. Intermedialidade na obra de José Cardoso Pires: cinema, pintura, etc.
  3. A herança literária de José Cardoso Pires na literatura em língua portuguesa.
  4. José Cardoso Pires e o pós-25 de Abril (configurações culturais, políticas e socioeconómicas).
  5. Relações literárias entre José Cardoso Pires e outros escritores/movimentos na literatura portuguesa.
  6. A questão de género em José Cardoso Pires: masculinidades, feminismos, política sexual, etc.
  7. José Cardoso Pires no contexto da Literatura Desenvolta (Eduardo Lourenço)
  8. José Cardoso Pires, a censura e os regimes totalitários.
  9. As Ciências da Saúde (Humanidades Médicas) e a obra de José Cardoso Pires (De Profundis, Valsa Lenta)
  10. O ensino da obra de José Cardoso Pires em contexto de ensino superior.

O prazo máximo para envio de propostas de comunicação ou painéis é dia 30 de abril de 2025 (prorrogado).

Consulte a chamada completa na Plataforma9:

https://plataforma9.com/congressos/congresso-internacional-100-anos-de-jose-cardoso-pires-2-circular.htm

Está disponível uma nova edição da Veredas, v. 42 (2024): "Desejo-repulsa, atração-dissidência: narrativas atuais lusófonas" coordenada por Mário Cézar Silva Leite e Zilá Bernd.

O editores propuseram para este dossiê uma reflexão sobre o corpo humano no universo das narrativas, literaturas e das culturas lusófonas.

O presente número contempla seis artigos temáticos e mais seis na seção de tema livre:

Apresentação

Mário Cézar Silva Leite, Zilá Bernd
Apresentação Dossiê: Desejo-repulsa, atração-dissidência: narrativas atuais lusófonas
https://doi.org/10.24261/2183-816x0042

Dossiê

Alessandra Magalhães
Representações do corpo na literatura contemporânea escrita por mulheres: uma análise de A gorda, de Isabela Figueiredo
https://doi.org/10.24261/2183-816x0142

Solange Damião
A antropofágica festa do corpo na poesia de Herberto Helder
https://doi.org/10.24261/2183-816x0242

Juliana Franco Alves-Garbim
Violências e violações do corpo feminino na novela “Sabela”, de Conceição Evaristo
https://doi.org/10.24261/2183-816x0342

Fabiana dos Santos Sousa
Representação material da violência contra as mulheres negras a partir da escrita evaristiana
https://doi.org/10.24261/2183-816x0442

Juliana Sant'Ana Toivonen
A heresia do animal mulher: o feminino animalizado na Idade Média e sua reescrita em Minha Senhora de Mim de Maria Teresa Horta e em o remorso de Baltazar Serapião de Valter Hugo Mãe
https://doi.org/10.24261/2183-816x0542

Brenda da Silva Dias Rocha, Kátia Carvalho da Silva Rocha, Eliesio Costa Lima
Metamorfoses dialógicas, corpos diabólicos: as personagens na adaptação da HQ A Caolha, de Verônica Berta
https://doi.org/10.24261/2183-816x0642

Tema Livre

Marcele Aires Franceschini, Natália Felicia Vieira
A corporeidade da palavra no Slam: quando a natureza poético-narrativa rompe o silêncio
https://doi.org/10.24261/2183-816x0742

Karen Tiburcio Martin , Keli Cristina Pacheco
A identidade feminina em exílio no romance Lillias Fraser, de Hélia Correia
https://doi.org/10.24261/2183-816x0842

Alex Bruno da Silva
Trânsito e narração: os sentidos da viagem em Simpatia pelo demônio, de Bernardo Carvalho
https://doi.org/10.24261/2183-816x0942

Carolina Barbosa Lima e Santos, Wellington Furtado Ramos
As travessias da literatura Kadiwéu: um estudo sobre aspectos da tradição e da modernidade indígenas
https://doi.org/10.24261/2183-816x1042

Nuno de Brito e Sousa Teixeira
Irredutível ao canto, superior à poesia: a poética do finito e da matéria em Carlos Drummond de Andrade
https://doi.org/10.24261/2183-816x1142

Delvanir Lopes
“Piazza di Spagna, 26”, de Cecília Meireles
https://doi.org/10.24261/2183-816x1242

 

Informamos que o registo fotográfico do 14.º Congresso da Associação Internacional de Lusitanistas (realizado de 22 a 26 de julho de 2024, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto) já está disponível.

Explore os momentos marcantes do encontro no álbum oficial no Flickr:

Álbum 14.º Congresso AIL

Agradecemos a todos os participantes que contribuíram para o sucesso do nosso congresso trienal.

A partir de agora, os sócios e amigos da AIL poderão manter-se informados sobre tudo o que acontece na nossa Associação pela conta Instagram @ail_lusitanistas.

Esperamos utilizar esta plataforma não apenas para divulgar as novidades, mas também para criar uma conexão mais próxima com todas as pessoas interessadas nos estudos das literaturas, das culturas e das línguas em português.

Convidamos todos a seguir o nosso perfil, acesse: https://www.instagram.com/ail_lusitanistas.

Chamada para publicação ed. 43 (1-2025)

Dossiê: Passaram ainda além... dos estereótipos: questões de gênero na obra camoniana

Prazo para submissão: até 31 de Março de 2025

Organizadores:

Marcia Arruda Franco (Universidade de São Paulo)
Manuel Ferro (Universidade de Coimbra)
Filipa Araújo (Universidade de Coimbra)

No momento em que evocamos os quinhentos anos do nascimento de Luís Vaz de Camões, mesmo sem saber a data exata em que o Poeta veio ao mundo, pretende-se estimular o interesse pela sua poesia, colocando o foco na discussão de temas que marcam a atualidade, como as questões de gênero.

Importa salientar que o “peito ilustre lusitano” cantado n’ Os Lusíadas inclui também o “peito feminil”, através da pintura de retratos femininos que desafiam os ditames normativos das convenções sociais e dão sinais de uma tentativa de empoderamento. Recordemos a intervenção política da “fermosíssima Maria”, a rejeição que a ninfa Tétis impõe ao gigante Adaastor, o poder da deusa Giganteia que difunde globalmente a gesta portuguesa, a superioridade intelectual da deusa Tétis, ou a repreensão da ninfa a Bóreas no episódio da Tempestade (Lus. V, 89, 4-8). Cumpre lembrar igualmente os jogos de sedução encenados na Ilha dos Amores, de modo a evitar o assédio e a violação, privilegiando uma perspetiva sobre a vivência amorosa que recorre à emulação de mitologemas, imagens e figuras antigas. Em que medida contribui este cenário para defender uma intervenção cívica no sentido de reconhecer os direitos sexuais da mulher no século XVI?
Na poesia lírica, Camões soube dialogar com a tradição petrarquista, explorando a combinação de atributos herdados dos modelos peninsulares e dos códigos classicizantes no âmbito da imitatio renascentista, mas conseguindo fugir tanto à deificação da mulher que implica a sua redutora desumanização quanto ao esquecimento da tópica bucólica do amor entre pastores e pastoras. E não deixou de cantar, ainda que de um ponto de vista colonialista, a beleza de uma mulher negra e escrava nas endechas a Bárbora. A mulher de muitos amantes é figurada como Circe, fera humana e loba. No teatro, Camões soube dar protagonismo a figuras femininas pertencentes a diversos estamentos da sociedade de corte. Nas cartas em prosa, a prostituta de Lisboa ou das Índias é alvo da sátira camoniana. Que memória persiste dessas figuras femininas que o poema épico libertou da “lei da morte”? Como foram representadas pelas artes e pela historiografia?
O amor heterossexual inspirou a maior parte da produção poética de Luís Vaz, mas também o amor entre iguais foi encenado no seu drama pastoril e satirizado no Convite que fez a certos fidalgos em Goa. Heliogábalo, Sardanapalo, Nero, Jacinto, os mitos de Apolo, Orfeu despedaçado, Hércules, entre outros, são personagens e topoi homoeróticos da História Antiga e da Mitologia citados por Camões. Que papel desempenham na sua obra?
Procurando fomentar a discussão das questões de gênero na obra de Camões, de modo a resgatar o interesse deste valioso contributo para a história cultural do século XVI, este volume tem como objetivo aprofundar o estudo da mentalidade que embasou a fortuna crítica e/ou poética dessas temáticas, seja na atualidade, seja em outros períodos históricos, de acordo com os valores e desejos dominantes. Visa-se, assim, lançar nova luz sobre aspetos menos explorados, sugerindo-se, entre outros, as formas de representação de figuras femininas ligadas à vida e à obra do autor d’ Os Lusíadas; a imitação poética da pastorícia homoerótica renascentista na relação preceptor/pupilo e no ambiente da corte; a expressão da sexualidade e das conceções eróticas quinhentistas. Apela-se, em particular, à reflexão sobre as reinterpretações das mulheres camonianas marginalizadas (prostitutas, escravas, serranas...) nas literaturas e nas culturas de língua portuguesa, nomeadamente nos testemunhos da tradição oral.
Convidamos, assim, as investigadoras e os investigadores a apresentarem propostas de artigo neste âmbito, de modo a promover o diálogo interdisciplinar, com base na pluralidade de abordagens teóricas e áreas científicas (Literatura, História, Estudos Culturais, Sociologia, História da Arte, Estudos Feministas, Estudos Homoeróticos, Direito, História da Ciência, Música, Dança, Geografia etc.).