Associação Internacional de Lusitanistas (AIL) vem a público manifestar sua profunda consternação e veemente repúdio diante da proposta de encerramento do Department of Modern Languages and Cultures da Universidade de Nottingham, cuja votação pelo Conselho Universitário está agendada para o próximo dia 25 de novembro.

Num momento em que o mundo exige, mais do que nunca, competências interculturais e diálogo global, a intenção de desmantelar um departamento de reconhecida excelência internacional soa não apenas como um equívoco estratégico, mas como um ataque direto às Humanidades e ao conhecimento plural.

É imperativo ressaltar que o Departamento em questão não é apenas um dos maiores do Reino Unido, mas um exemplo de sucesso acadêmico e pedagógico. Os dados falam por si:

  1. Excelência em Pesquisa: No último Research Excellence Framework (REF 2021), o departamento classificou-se em 6º lugar entre 47 unidades no Reino Unido e em 3º lugar entre as universidades do Russell Group.

  2. Impacto no Ensino: Atende atualmente a cerca de 500 estudantes em cursos de graduação (Honours degrees) e, através do Language Centre, oferece formação a outros 2.000 estudantes de diversas áreas, democratizando o acesso a línguas estrangeiras.

  3. História e Legado: A secção de Espanhol, Português e Estudos Latino-Americanos, com raízes que remontam a 1954 e expandida em 1978, é uma das poucas no Reino Unido a oferecer o ensino de Português desde o nível iniciante até à graduação completa.

O fechamento deste departamento representaria o fim de uma referência única fora do eixo Londres, Oxford e Cambridge, desmantelando uma equipe de especialistas que cobre desde o período moderno até ao século XXI, abrangendo a cultura, literatura, história e política de três continentes.

Para a AIL, o desaparecimento dos Estudos de Língua Portuguesa em Nottingham seria uma perda irreparável. Dispensar o conhecimento linguístico e cultural num cenário global cada vez mais insular e dividido é um retrocesso que uma universidade de prestígio não deveria encampar.

Diante do exposto, a AIL solidariza-se com os colegas, estudantes e funcionários da Universidade de Nottingham e exorta o Vice-Chanceler e os membros do Conselho a reconsiderar esta decisão drástica na reunião do dia 25 de novembro. A sustentabilidade financeira não pode ser alcançada ao custo da destruição da excelência acadêmica e do empobrecimento cultural.

A Direção Associação Internacional de Lusitanistas (AIL)